Natural da vizinha e amiga freguesia de Válega, onde viu a luz
do mundo a 28 de Janeiro de 1923, o Padre Manuel Pereira Reis celebrou
a primeira Missa em Macinhata da Seixa no dia 13 de Dezembro de 1975.
A última, já com visível sacrifício, teria lugar a 10 de Julho de 2000.
Seguiu-se um penoso calvário, aceite com piedosa resignação, terminado
no dia 23 de Outubro.
A chamada do Padre Manuel Pires Bastos a Ovar trouxe-o até
Macinhata da Seixa, onde permaneceria durante vinte e cinco anos menos dois meses. O
máximo de permanência de qualquer pároco em Macinhata da Seixa, só atingido mais de
um século antes. Não tenhamos ilusões: o Padre Reis foi o último pároco residente na
longa história de Macinhata.
Carácter determinado e irrequieto, de imediato se empenhou em dar continuidade
ao projecto do antecessor, então designado timidamente por “Casa da Criança”. Um
projecto que teria início em 1978 e que abriria as portas no dia 1 de Fevereiro de 1989.
Um longo e penoso percurso onde se caldearam as conhecidas teias burocráticas da
Administração Pública e a irresponsabilidade e ausência da mínima correcção por parte
dos dois primeiros empreiteiros.
A inquebrantável força de vontade do Padre Reis, a sua tenacidade, o seu particular
“jeitinho” para a reunião de fundos – dando o exemplo ao abrir generosamente os
bolsos, sendo de recordar que sempre ofertou o chamado folar – foram decisivos para a
concretização do sonho. Quando o Centro abriu as portas, a instituição aparecia, na voz
autorizada de altos responsáveis, como uma das melhor instaladas e apetrechadas do distrito.
Vinte e cinco anos de actividade representam um marco glorioso na história do
Centro. Merece, naturalmente, ser festejado. Mas a celebração desta data deve constituir,
naturalmente, momento de homenagem ao sempre saudoso e sempre presente Padre
Reis. Um preito de gratidão que deveria marcar o início do processo, burocrático mas
possível, que dê à instituição, por ele apaixonadamente criada e devotadamente servida,
a designação de Centro Social e Paroquial Padre Reis.
Em meu entendimento, uma consagração tão justa como inadiável.
António Magalhães ( texto de autoria do Prof. António Magalhães )