Centro de Dia

Atualmente os mecanismos de solidariedade intergeracional e intrafamiliar, encontram-se fragilizados devido às constantes mutações nas dinâmicas familiares e na sociedade atual. Apesar de na modernidade ser possível comunicar e responder a necessidades com grande eficácia com alguém que esteja do outro lado do mundo.

É, por vezes, difícil encontrar alguém que vive do outro lado da rua ou no mesmo prédio. Observa-se que as famílias sofreram uma reconfiguração. Se antes se registava uma prevalência de famílias extensas, atualmente, existe um grande número de famílias nucleares com um filho, um aumento da percentagem de divórcios e um grande número de idosos a viverem isoladamente.

Estas mudanças na configuração das famílias provocam alterações na sua dinâmica. Segundo os dados do Instituto Nacional de Estatística, Portugal em 2001 tinha um índice de envelhecimento de 102,2. Contudo, nos CENSOS de 2011 o índice de envelhecimento elevou-se para 128,6. Em termos de desenvolvimento humano, se delimitarmos o início da velhice como a idade de 65 anos, vamos seguramente encontrar diferenças significativas nesse grupo etário.

Atualmente a longevidade é de tal forma que, podemos estar a caracterizar pessoas com disparidades etárias de cerca de 30 anos. Isto é, no momento atual, as pessoas que atingem os 65 anos, idade que está definida como início da reforma, apresentam necessariamente, características socioeconómicas, funcionais e de personalidade diferentes daquelas pessoas, já em número significativo, que atinge os 80, 90 ou mais anos de idade. Não obstante, à elevada longevidade nem sempre corresponde um nível de bem-estar e um grau de autonomia que possibilite ao ser humano, no período da velhice, usufruir de um bem-estar e grau de autonomia que permita a plena satisfação das necessidades fundamentais, sem o apoio de cuidadores formais ou informais.

O aumento do índice de dependência dos idosos está particularmente relacionado com o aumento da tensão sobre a população que se encontra inserida no mercado de trabalho, de forma a assumirem os custos com os cuidados a prestar aos idosos dependentes, por via de mecanismos de solidariedade públicos ou de natureza privada. Devido ao progressivo envelhecimento da população surgem cada vez mais situações de vulnerabilidade física, psíquica e social. A longevidade elevada conduz também, a um elevado aparecimento de situações patológicas crónicas, como é o caso das demências. Estas levam a um aumento da dependência que nem sempre é possível ser controlada pelo próprio ou pelos seus familiares.